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Legenda: A vida é feita de altos e baixos e as pessoas têm de aprender a andar nessa montanha-russa sem ter recaídas cada vez que o carrinho desce
2020 foi um ano incrivelmente difícil. Alguns milhões de pessoas perderam a vida para o coronavírus, outros milhões perderam seus negócios ou seus empregos. Outros, ainda tiveram uma significativa redução de renda.
O impacto do distanciamento social, do luto, da recessão vem deixando rastros em 2021. Muitos dormem mal, tão mal que já se cunhou até um termo para isso: corona-insônia. Outros tantos passaram a sofrer com ansiedade ou com depressão. Não são poucos aqueles que passaram a ter no álcool um companheiro diário.
A verdade é que essa vida que a gente vive tem a estabilidade de uma bicicleta. Para sobreviver a ela mantendo um bom estado de saúde mental, é preciso fazer força. Como na bicicleta. Essa é a mensagem que eu gostaria de passar: temos de trabalhar a nosso favor. Não é fácil. Ao contrário, demanda esforço, mas ele é necessário. Cuidar da nossa saúde mental é como andar de bicicleta. Se pararmos de nos esforçar, ela tomba.
Algumas pessoas, claro, precisam de ajuda médica porque desenvolveram condições que estão prejudicando a vida delas ou das pessoas que vivem no entorno delas. Também precisam de ajuda para conseguir enfrentar o momento difícil pelo qual passam.
Nós, médicos, somos apenas rodinhas daquela bicicleta. Damos aquele suporte inicial, mas ele é temporário. Haverá um momento em que o dono da bicicleta terá de seguir sozinho.
Essa é uma dica particularmente importante para quem convive com a dependência de álcool ou de drogas ou tem depressão, porque nunca será possível eliminar a existência de bebidas alcoólicas, de medicamentos e de outras drogas, assim como é impossível só vivermos alegrias. A vida é feita de altos e baixos e as pessoas têm de aprender a andar nessa montanha-russa sem ter recaídas cada vez que o carrinho desce.
O segredo para não tombarmos não é só nos esforçarmos, mas nos mantermos em constante movimento. Essa é a chave para nos mantermos equilibrados, porque é o movimento da bicicleta que gera o seu equilíbrio. O equilíbrio mental, emocional e espiritual depende de sermos flexíveis e não ficarmos estáticos (Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental; Forbes, 30/3/21)
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