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Legenda: O médium Chico Xavier na primeira casa em que morou quando se mudou para Uberaba, em 1959, e que agora será reformada - Divulgação/AME
Por Marcelo Toledo
Imóvel abrigará associação de casas espíritas na cidade mineira; morte do religioso completou 20 anos nesta quinta-feira.
A primeira casa em que o médium Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier (1910-2002), morou em Uberaba, no Triângulo Mineiro, será reformada para ser utilizada por núcleos espíritas do município.
A cidade mineira se transformou num polo de peregrinação a partir de 1959 com a chegada de Chico, embora já tivesse casas espíritas devido à influência, entre outros, de Eurípedes Barsanulfo (1880-1918), que viveu em Sacramento, cidade distante 77 km de Uberaba. Hoje são cerca de 130 centros.
Nascido na também mineira Pedro Leopoldo em 1910, o médium passou a atrair pessoas em busca de consolo, cura e de mensagens psicografadas, transformando a história da cidade e do espiritismo no país.
A chegada a Uberaba foi marcada pela atuação na Comunhão Espírita Cristã, onde permaneceu até 1975, até se transferir para o Grupo Espírita da Prece, onde ficou até sua morte, em 30 de junho de 2002 e que completa 20 anos nesta quinta-feira (30).
Na chegada, ele morou numa casa simples —como foi até o fim da sua vida—, que agora passará por revitalização para abrigar a sede da AME (Aliança Municipal Espírita), que comanda uma rede de centros espíritas em dez cidades mineiras no entorno de Uberaba.
Legenda: O estado atual da casa em que Chico Xavier morou quando se mudou para Uberaba, em 1959 - Divulgação/AME
"Ela está sofrida pela ação do tempo, a ideia é revitalizar, dar novo uso. Chico orientou a criação da Aliança Municipal de Uberaba em 1960, quando não tinha nem um ano na cidade. Nesses 20 anos [de morte], estamos com a presença dele, a influência de sua vivência, muito vivas", disse Nereu Alves, 55, presidente da AME.
Segundo ele, a casa pertence à Comunhão Espírita até hoje, mas depois que Chico saiu do imóvel a diretoria decidiu manter inicialmente o local fechado.
"Mesmo porque quando o Chico deixou a casa, ela estava numa área pertencente à Comunhão, mas com usufruto do Chico. Depois, na década de 90, a Comunhão cedeu a casa para algumas pessoas morarem. Ela teve três moradores no período, mas mais para conservação."
Legenda: Sala do Museu Chico Xavier, em Uberaba Ricardo Benichio/Folhapress
O último inquilino deixou o local pouco antes do início da pandemia da Covid, o que coincidiu com um pedido da Vigilância Sanitária de exigir do Lar André Luís, mantido pela casa espírita, a adoção de procedimentos para isolar idosos em caso de um surto do vírus.
A casa ficou à disposição como opção para isso até agora, até surgir a possibilidade de reforma para uma nova destinação.
Como a Comunhão Espírita não tem recursos para restaurar, ofereceu para a AME a possibilidade de revitalização e doação para torná-la útil à comunidade espírita.
Legenda: O jornalista Saulo Gomes (primeiro sentado), ao lado de Chico Xavier e com equipe da TV Tupi em 1968 - Arquivo pessoal
"Lançamos campanha para arrecadar materiais de construção e arrumamos parcerias com profissionais que ajudarão na obra. O objetivo é manter as características originais da casa, revitalizar e entregar aos espíritas."
Com isso, apesar de ter tido Chico Xavier como ilustre morador, a proposta não é transformar a casa num ponto turístico, de acordo com o presidente da AME.
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