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Por Abrão Dib
O Hospital da Caridade Dr Alonso Y Alonso, que integra o complexo do IMA – Instituto de Medicina do Além na cidade de Franca, interior de São Paulo, está com suas atividades suspensas até que o município regularize a situação da instituição.
O impasse existe em função do local onde estão as instalações que atendem parcela da população na região norte da cidade. Em 2020, de acordo com dirigente do IMA, “o Hospital da Caridade funcionou como Hospital de Campanha da Prefeitura Municipal de Franca, tendo atendido 230 pacientes diagnosticados com Covid-19 e registrando apenas dois óbitos, um dos menores índices não só do País, mas como do mundo todo”.
Com a suspensão das atividades, o município divulgou e organizou uma Audiência Pública, que ocorreu de forma virtual, no último dia 26. Durante o evento, ocorreu um ataque virtual, com cenas de pornografia. De acordo com o município, o caso será apurado pela Polícia Científica.
O objetivo da Audiência pública seria a adequação do zoneamento urbano do Recreio Campo Belo, na zona norte de Franca, interior de São Paulo. “Com isso, um dos representantes do município que abriu a sala de transmissão afirmou que o objetivo do encontro seria a discussão e apresentação de argumentos para a reabertura do Hospital da Caridade Dr Alonso Y Alonso”. O próximo passo poderia até mesmo ser o envio de um Projeto de Lei do Executivo, adequando o zoneamento urbano para a Câmara Municipal.
A expectativa agora é para uma nova data da Audiência, e, que, “se possível, seja de forma presencial, seguindo todas as regras de precaução determinadas pelas autoridades sanitárias”, afirmou Berbel.
Procurado por pessoas com deficiência da cidade de Franca que eram assistidas pela instituição, o Diário PcD buscou informações oficiais junto a Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura de Franca sobre os novos prazos para a discussão em relação às atividades do Hospital. João Berbel, presidente do Conselho Deliberativo do Complexo IMA – Instituto de Medicina do Além, afirmou que pelo menos 800 pessoas com deficiência eram assistidas semanalmente em diferentes setores de reabilitação. A instituição mantinha um convênio com a UNIFRAN – Universidade de Fisioterapia de Franca, que auxiliava nos tratamentos de reabilitação.
Em busca de informações sobre a retomada das atividades do Hospital, a reportagem do Diário PcD conversou com um dos servidores da Assessoria de Imprensa – por telefone, e por e-mail reforçou o pedido de informações. Até o fechamento desta matéria, o município não respondeu as mensagens.
O município não respondeu até o momento quem estava responsável tecnicamente pela Audiência Pública virtual e se a administração não tinha mecanismos para evitar participações estranhas ao que estava sendo debatido.
Pelo que foi apurado, a plataforma utilizada para a Audiência poderia bloquear participantes, deixando espaço para quem realmente buscava informações sobre o possível retorno das atividades do Hospital. O Diário PcD procurou se inscrever com antecedência para participar do evento, entretanto a liberação só ocorreu minutos antes do início da audiência.
A administração também não informou sobre quantas pessoas com deficiência eram atendidas no Hospital da Caridade e se tem conhecimento de algum convênio entre município e instituição para esses atendimentos.
Outro questionamento feito pelo Diário PcD é que diante da suspensão das atividades do Hospital da Caridade, o município percebeu o aumento de demanda de pessoas com deficiência na rede pública.
Também não foi informado oficialmente qual é a estrutura oferecida pelo município para tratamento de reabilitação de pessoas com deficiência em Franca e nem se existe uma nova data já pré-determinada para nova Audiência Pública.
O Departamento de Jornalismo do Diário PcD busca mais informações com o Ministério Público e outras autoridades sobre o atual cenário dessas pessoas com deficiência em Franca, interior de São Paulo (Diario PcD, 3/2/22)
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