ChatGPT -Foto Blog Portal do Cloud

#Hashtag relembra as principais revoluções desde o início da internet.

É difícil notar grandes revoluções enquanto elas ainda estão no começo de seu curso. Por exemplo, o www foi criado em 1989 e o primeiro site se tornou público em 1991. A internet comercial chegaria ao Brasil em 1995. Àquela altura, era impossível prever o impacto que a internet causaria nas décadas seguintes.

Apesar do susto do estouro da bolha da internet em 2000, as transformações continuaram a todo vapor e alteraram o nosso modo de vida para sempre. Primeiro, a popularização da internet banda larga. Só quem usou internet discada lembra a lerdeza que era. Segundo, a proliferação dos smartphones, da qual o iPhone, lançado em 2007, é o principal símbolo. Terceiro, o surgimento das redes sociais. O Facebook, a maior rede que já existiu, foi lançado em 2004 —o Twitter dois anos depois, em 2006.

A década de 2010 é considerada como a de consolidação dos três itens anteriores. Olhando no retrovisor a partir do ano de 2023, não se vê uma grande novidade, apenas o aprimoramento desse trio. A banda larga + smartphones + redes sociais definem quem nós somos hoje.

Houve ainda o efeito colateral perverso que a banalização da comunicação instantânea causou em termos de desinformação, cujos impactos ainda estão sendo desenhados.

pandemia, já nos anos 2020, acelerou diversas transformações tecnológicas. O trabalho remoto passou a ser uma realidade para milhões de pessoas. Atualmente está em curso uma tendência de retorno ao presencial, como nos tempos pré-coronavírus.

No campo das redes sociais, o TikTok bombou no início da pandemia, o que obrigou a Meta, dona do Instagram, a lançar uma série de recursos idênticos ao do rival. O TikTok inovou ao ter um algoritmo extremamente eficiente na aba "For You" e ao permitir edições rápidas (mas cheias de recursos) no próprio app.

Além disso, foi a primeira vez que uma rede social da China entrou no seleto clube de 1 bilhão de usuários, catapultando a influência geopolítica do país.

As big techs cresceram muito a partir do SarsCov-2, mas agora encaram um refluxo, sinal não apenas do retorno à vida normal, em que se passa menos tempo em casa, mas também de um cenário de incerteza global da economia, principalmente a americana, que enfrenta inflação recorde e baixo crescimento. Isso resultou nas maiores demissões em massa que as empresas do Vale do Silício já enfrentaram.

 

O ano de 2022 terminou com o lançamento ao público de uma ferramenta chamada ChatGPT. Seja porque estávamos no meio da Copa do Mundo, ainda no pós-eleições e uma ameaça de golpe no ar ou simplesmente querendo que as festas de fim de ano chegassem logo, o ChatGPT passou praticamente despercebido por nós.

No entanto, 2023 está só começando e o ChatGPT já é a grande estrela do ano. A ferramenta de inteligência artificial que consegue compreender e gerar linguagem natural em diferentes contextos dominou o noticiário e as discussões acadêmicas, inclusive sobre os riscos de uma inteligência artificial tão avançada.

Há muita empolgação com o ChatGPT, o que requer calma. É cedo para cravar que será o grande avanço desta década, como ele próprio disse em entrevista ao blog #Hashtag semana passada. É inegável, no entanto, que já trouxe inúmeras novidades e debates, o que até agora faltou ao metaverso de Mark Zuckerberg, que em nenhum momento deixou de parecer um The Sims repaginado.

Zuckerberg pode gastar o dinheiro que for, mas não adianta forçar uma inovação. O próprio Facebook surgiu em um campus universitário para facilitar o contato entre os alunos de Harvard. Se o objetivo inicial fosse "vamos ser a maior rede já feita", provavelmente teria fracassado.

Nesse cenário, o Google, que monopoliza as buscas na internet há duas décadas, se vê ameaçado. A Microsoft investiu ao menos US$ 13 bilhões (R$ 67 bilhões) no ChatGPT e deve incorporá-la ao Bing, seu mecanismo de buscas. Há quem já use apenas o ChatGPT para buscar informações, podendo sinalizar uma nova era nesse modo de usarmos a internet.

Há, ainda, outras grandes mudanças ocorrendo simultaneamente. Uma delas é a atual desfragmentação da internet. A web nasceu desfragmentada, mas quando o Facebook (hoje Meta) comprou Instagram WhatsApp, boa parte da comunicação global passou a ser centralizada por uma única empresa.

 

Atualmente, no entanto, presenciamos diversos novos atores relevantes surgindo, enquanto a Meta enfrenta grandes tsunamis internos e externos. Além do já mencionado TikTok, plataformas como Mastodon, Koo, Plurk, Telegram, Garb, Gettr, Truth Social, dentre outras, ganharam um alcance inimaginável nos anos 2010. Há ainda LinkedIn, Reddit, Tumblr, Snapchat e Pinterest, para lembrar cinco mais antigos.

O Twitter sempre foi um degrau abaixo em número de usuários em relação às redes da Meta, mas se manteve relevante como praça pública global. A atual gestão de Elon Musk, cheia de inovações, pode fazer a rede crescer ou naufragar de vez e aumentar a rachadura do ecossistema de redes.

A desfragmentação da web ocorre também em outros canais que não redes sociais. Medium, Substack e Patreon são três exemplos.

Nem foram mencionadas as mudanças que serão proporcionadas pelo 5G, com a conexão maciça de objetos à internet.

É muita coisa ocorrendo ao mesmo tempo. No #Hashtag, você irá acompanhar cada etapa dessas transformações até quando nos darmos conta de que já vivemos em outra era (Folha de S.Paulo, 27/1/23)

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