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Legenda: Bill Gates no discurso da Sexta Conferência Mundial de Fundos em Lyon, França, em 2019
Bill Gates classificou o rápido desenvolvimento de vacinas de “um milagre” que deve ajudar os norte-americanos a retornarem a um estilo de vida “quase normal” já em setembro, mas também alertou que os legisladores não estão fazendo o suficiente, em nível global, para dar início a uma volta total à normalidade antes do final do próximo ano.
Ao falar com Fareed Zakaria da “CNN” ontem (28), o bilionário de 65 anos dono de um patrimônio de US$ 123,2 bilhões disse que o outono deveria trazer alguma normalidade para os norte-americanos com “basicamente todas as escolas voltando às aulas”, algum nível de ocupação em restaurantes e eventos esportivos ocorrendo novamente.
“O grande problema é que não estamos fazendo o suficiente para acabar com a pandemia globalmente”, alertou Gates, acrescentando que as vacinas até agora “estão apenas indo para os países ricos”, o que mantém o risco de que variantes contagiosas possam se espalhar para o exterior e voltar para os Estados Unidos.
Esse risco – agravado pela potencial onda de reinfecções – significa que um retorno total ao normal “pode levar 2022 inteiro, a menos que façamos um trabalho melhor”, disse o filantropo.
Outras fábricas de vacinas em nações como a Índia poderiam ajudar a reduzir o risco de infecção no exterior e trazer um retorno mais rápido à normalidade, sugeriu, apontando para AstraZeneca, NovaVax e Johnson & Johnson, que já estão trabalhando em tais projetos.
O Dr. Anthony Fauci, o maior especialista em doenças infecciosas dos EUA, disse – também à emissora – que o país agora têm três “vacinas realmente boas” que os norte-americanos não devem “hesitar em tomar”, sentimento que Gates compartilhou sobre as cinco candidatas aprovadas para distribuição no mundo ocidental.
“Infelizmente, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em português) ficou um pouco aquém das tarefas iniciais”, continuou Gates, apontando para as deficiências iniciais nos testes do Covid-19. “É uma pena que o lançamento da vacina tenha começado sob o mesmo tipo de ‘administração negacionista’, e agora é mais difícil colocá-la de volta no lugar, mas o fornecimento e a logística não serão limitados a cerca de três meses aqui nos Estados Unidos.”
As reinfecções de Covid-19 foram confirmadas desde que o vírus começou a circular no final de 2019, mas ainda não está claro o quão disseminadas elas podem estar – apesar de estar evidente de que serão mais prejudiciais em países onde a vacinação ainda não começou. A vacina da AstraZeneca/ Oxford – uma das duas candidatas ainda não aprovadas nos EUA – foi enviada a Gana na semana passada, mas apenas um punhado de países em desenvolvimento iniciou esforços de vacinação significativos. Enquanto isso, o mundo ultrapassou 2,5 milhões de mortes de Covid-19 na última quinta-feira (25).
Um estudo de janeiro realizado por pesquisadores do National Bureau of Economic Research descobriu que a produção econômica global poderia sofrer um golpe de US$ 3 trilhões se as vacinas não chegassem aos mercados emergentes com rapidez suficiente, com economias avançadas como os EUA absorvendo até metade deste impacto (Forbes, 2/3/21)
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